domingo, 6 de março de 2011

Filosofia Heideggariana!

O homem como ser-ao-mundo
José Márcio Carlos

            Percebe-se que um importante aspecto dentro da visão Heideggariana do homem é a idéia de “ser-ao-mundo”. Isso por que Martin Heidegger insere esta visão em seu filosofar quando fala da existência do “Dasein” (Da: eis aí; sein: ser). O Dasein indica a idéia de presença no mundo, na história, isto é, o ser aí. E a partir deste ser aí, que se poderá fazer várias implicações que virão a seguir.
            A existência é um tema fundamental para Heidegger. Porém, o existir deve estar situado no tempo e espaço, ou seja, no mundo. Portanto, só se pode falar de um ser existente se este está no mundo (mundo não está só no sentido físico).
            O ser-ao-mundo é critério para a existência do Dasein. Mas, este existir deve ser entendido na perspectiva do momento presente, dentro daquilo em que se está vivendo. Daí, a expressão Da-sein: ser aí. Não se trata de um ser que veio ou que virá, mas o ser enquanto está aí (presente).
            Ao se falar de Dasein, fala-se também do homem, pois este é um ser existente, que está aí. Faz parte do mundo. Para Heidegger, a relação do homem com o mundo é importante, porque ambos se inter-envolvem. Não há homem sem o mundo, assim como não há mundo sem o homem.
            Pensar o homem como um ser contido no mundo, como elemento dentro de outro, ou seja, cada qual com constituição independente é negar o próprio homem e o próprio mundo, visto que ambos se complementam e fazem parte da mesma natureza. Sendo assim, ser-ao-mundo indica inerência, relação constitutiva, a própria situação ontológica do homem e do mundo.
            O homem também é um ser-ao-mundo quando é um ser que se relaciona com os entes deste mundo, sejam eles estranhos ou da própria casa, isto é, do ambiente familiar. A possibilidade de elaborar explicitamente a interpretação ontológica e existencial dos relacionamentos funda-se sobre a familiaridade com o mundo.
            Dessa forma, ser um ser-com-o-outro não deve ser entendido como uma relação que é adquirida ou adicionada, e sim como algo primário e original, quer dizer, pertencente à constituição do homem. Pois, os “outros entes” também são constituições essenciais do mundo, tal como o homem (sujeito individual) o é. Sendo assim, o mundo se torna um ponto comum e de referência para que esta junção entre as outras coisas e o homem seja afirmada.
            Enfim, nota-se que a existência do homem só é entendida enquanto ele se encontra no mundo, ou melhor, é parte constitutiva e essencial do mesmo. O homem é sempre um ser-ao-mundo e um ser-com-o-outro (que se encontra também no mundo), por que ele faz parte do sistema de relações constitutivas da mundaneidade.

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