quarta-feira, 16 de março de 2011

Psicologia e as fase de desenvolvimento humano!

As fases do desenvolvimento humano e suas singularidades
 José Márcio Carlos

            Quando se pensa no ser humano, a primeira coisa que vem à mente de qualquer pessoa é quanto à referência de em qual fase da vida se encontra tal indivíduo. Isso ocorre porque cada fase do desenvolvimento humano carrega consigo uma singularidade, ou seja, características próprias para aquele momento da existência.
            Tendo em vista estes pressupostos, fica claro que cada etapa em que o ser humano se encontra deve ser vivida em harmonia e em consonância com o grau de amadurecimento concedido pelas características específicas da fase de desenvolvimento vivenciada. Mas, será que este tipo de consciência tem se efetivado e se concretizado no mundo atual?
            O gênero humano não é um ser acabado e nem será, visto que a sua existência é composta de fases. Ao longo da vida, elas sempre sofrem modificações próprias para a continuidade do processo de amadurecimento e crescimento nas várias faculdades humanas (intelectual e espiritual, por exemplo).
            Dentro do seu processo de crescimento, o homem vai também trabalhando sua individualidade, singularidade, pois ele é uma pessoa única tanto em seus aspectos biológicos quanto genéticos. Ele é quem modela o seu próprio estilo de vida, isto é, sua identidade, a fim de que jamais se perca em outros tipos de personalidade.
            A vida de cada pessoa é composta de várias fases de desenvolvimento: infância, adolescência, juventude, fase adulta e velhice. Estas fases não acontecem ao mesmo tempo, com as mesmas qualidades e limitações, porém todos ao seu devido tempo. Não são permanentes, quer dizer, ninguém permanece criança, adolescente, jovem, adulto ou velho eternamente, no entanto somente por certo período de tempo.
            Entretanto, um grande desafio a ser vivido nos últimos tempos tem sido o fato das pessoas estarem incutindo características próprias de uma fase da vida em outras, sem sequer respeitar o grau maturidade daquela outra fase. Já que cada fase é única e singular. Por isso, esta questão merece uma maior reflexão.
            Começando pelas crianças, quando se pensa na infância, as características que mais remetem a este período são o fato de ser para elas os primeiros contatos com a realidade, a liberdade para brincar, sem preocupação ou deveres pendentes, a dependência literalmente dos pais ou responsáveis e etc. Tudo isso para indicar que este contexto é de mais aquisições do que propriamente de obrigações.
            Mas, ao transpor estas características para a realidade, percebe-se que o que tem ocorrido é, na verdade, o contrário. As crianças não estão agindo conforme as características que lhes são próprias. O que se vê são crianças trabalhando no meio rural, lavando pára-brisa de carros, sobretudo, nas grandes cidades, cuidando de outras crianças ainda menores e etc. Este tipo de realidade é prejudicial, pois ela distorce o verdadeiro sentido da infância, assim como a mentalidade das outras pessoas, e poder ser o fator determinante para as futuras decisões da criança.
            O período da adolescência até a juventude é também muito importante e deve ser vivido com muita seriedade, porque é o momento em que o adolescente chega ao período da puberdade e começa a se preparar para as futuras escolhas e realizações de seus sonhos. Após a adolescência, a juventude é uma etapa em que a pessoa passa a colocar algumas decisões em prática como, por exemplo, estudar em uma universidade, início de um namoro e etc.
            O risco que se corre também nesta situação é de enxergá-la já como fase adulta e não como um processo de transição. Às vezes, o adolescente ou o jovem se vê sufocado por cobranças que não fazem parte da etapa em que está vivendo. Por exemplo: certas formalidades ou até mesmo responsabilidades. Eles gostam mais de informalidade, falar “gírias”, se vestir sem muita etiqueta e etc.
            No entanto, a fase adulta, essa sim, carrega em si as responsabilidades que a vida pode oferecer. Enquanto adulto, tem-se a mentalidade de que a pessoa já é um ser formado, pronto para enfrentar e vencer os desafios que possam vir. Imagina-se, nesta conjectura, que a pessoa já esteja com os alicerces da vida bem organizados e os projetos de vida bem executados ou bem trabalhados.
            Porém, pensar dessa forma da fase adulta é também um problema, haja vista que trás alguns prejuízos. O adulto é visto como uma pessoa que não pode errar, que já alcançou o “grau máximo” de amadurecimento e da consciência de si. Ele pode até ter um amadurecimento expressivo, mas não o possui completamente.
            Enfim, a fase da velhice é, de certa forma, o “ápice” do desenvolvimento humano. Ao olhar para trás, o ser humano percebe o quanto caminhou e o quanto cresceu ao longo da vida. E o mais interessante: pode chegar também à conclusão de que inda falta muito para aprender, assim como tem muito a ensinar para os outros com o seu jeito de ser.
            Contudo, a velhice, às vezes, não é compreendida como uma etapa de grande valor da vida, e sim como um período de insuficiência, inutilidade, um estágio de aproximação com a morte. Isso faz com que os valores da velhice sejam distorcidos e não respeitados.
            Tendo em vista todos os aspectos aqui refletidos, nota-se o quanto cada etapa da vida humana é importante e deve ser respeitada, principalmente nas suas diversas características. Cada pessoa deve viver sua vida de acordo com o que é específico de cada etapa, sem se preocupar em saltar etapas ou ser obrigado a ultrapassá-las, a fim de que não haja tantos transtornos para a pessoa e para as próximas gerações vindouras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário