segunda-feira, 7 de março de 2011

Psicologia do cuidado!

O cuidado como caminho de preservação do desenvolvimento humano
José Márcio Carlos 

            Ao estudar o desenvolvimento humano, pode-se observar o quanto este processo é minucioso e com isso deve ser bem conduzido, para que as mudanças e transformações necessárias (físicas, espirituais e psicológicas, por exemplo) sejam bem efetivadas e cheguem ao nível ideal de amadurecimento.
            Os primeiros anos de vida do ser humano são de grande importância, visto que é o processo que inaugura o período de conhecimento da realidade, de formação da própria consciência como ser existente no mundo, como ser social e como ser individual.
            Um dos fatores mais exigentes ao longo do caminho do desenvolvimento humano é, sem dúvida, o fator externo da vida, quer dizer, como conduzir, orientar, por exemplo, uma criança perante as diversidades de coisas que não fazem parte da sua natureza, mas do mundo em que ela vive.
            Quando a criança nasce, ela precisa de alguém que a ensine como compreender a imensidão de coisas que estão a sua volta. Entra, então, um fator externo necessário: a família (o pai e a mãe). Esta é a primeira realidade em que a criança tem maior e mais profundo contato e acesso, e é aonde ela aprende a elaborar o sentimento de confiança e segurança para com aquilo que é diferente dela.
            O caráter e a saúde mental nos primeiros anos, na infância, dependem muito da relação com o pai e, principalmente com a mãe Nesta fase da vida, a criança é inteiramente dependente em todos os aspectos do viver dos pais. Ninguém melhor do que eles para saber discernir para a criança, por exemplo, os momentos certos de suprir ou “abrir mão” de suas necessidades do momento.
            O valor dos pais é um aspecto relevante, porque eles possuem um juízo de mundo, de si e da sociedade. Isso os ajuda a discernir suas individualidades e a ter clareza de que ninguém está ou deve estar isolado das outras coisas ou pessoas, porém que todo ser humano faz parte do mundo e está sujeito a ele.
            São os pais, já dizia Sigmund Freud, que ajudam no processo de formação do “superego”, ou seja, da consciência moral, a qual nos remete a uma postura de total adesão às coisas que pertencem ao homem na sua individualidade, e de respeito àquilo que não é de direito do mesmo homem.
            Quando de fala em família, a primeira ideia que vem à mente é o conceito de cuidado, visto que, sem este elemento, o desenvolvimento da vida humana ficaria comprometido. O zelo, a proteção e a atenção dos responsáveis pelo desenvolvimento de uma criança são essenciais e de suma importância.
            Quanto mais à criança se sentir bem alimentada, aquecida, amada, mais ela irá adquirir segurança e confiança na própria vida e, principalmente nas coisas que a rodeiam. A criança perceberá que este mundo, no qual está buscando se adaptar, é um lugar que pode trazer a ela muitas alegrias, contentamentos, expectativas de vida, etc.
            Os primeiros anos são importantes também porque é o lugar em que a família vai percebendo as potencialidades da criança, as quais, segundo Karl Rogers, poderão ser colocadas em prática com sucesso caso não haja influências negativas. Este período deve ser marcado pelo desenvolvimento sadio das capacidades de cada criança.
            Já refletia Freud: muitos traumas, decepções, causas de ansiedades se devem às más experiências no meio externo. Estes acontecimentos podem causar sérios danos dent4ro do processo de desenvolvimento do ser humano. Poderão inibir atitudes de mudanças e transformações da criança. Como já foi dito acima: quando ela é bem acolhida pelo meio externo, aí poderá se sentir segura e confiante. Contudo, se ela se sentir incomodada, insegura, sem confiança, tampouco irá se abrir para tudo aquilo de novo que a vida poderá lhe oferecer.
            Tudo o que se faz por alguém, sejam atos bons ou ruins, sempre afetará o desenvolvimento da pessoa. Daí, a necessidade do cuidado neste processo, ou seja, buscar sempre colaborar de modo positivo, construtivo. Tornar o ambiente agradável é um dever de todos aqueles que são responsáveis na formação de algum indivíduo nos seus primeiros anos.
            Se o início da vida for bem vivido, evidentemente o processo de desenvolvimento humano jamais será prejudicado. Boas experiências soa pertinentes para que a pessoa senta prazer em sua vida, assim como sinta empolgação cada vez mais em aprofunda os vários aspectos da sua vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário